Conheça a Disfonia Espasmódica e seu Tratamento com Toxina Botulínica

A disfonia espasmódica, chamada também de distonia laríngea, trata-se de um distúrbio vocal raro provocado por espasmos ou movimentos involuntários de um ou mais músculos da laringe ou do aparelho vocal, que resultam na tensão das pregas vocais e no aumento da resistência glótica.

A disfonia do tipo espasmódica incide sobretudo em pessoas na terceira idade, sendo mais frequente em mulheres, mas pode afetar qualquer pessoa. Ainda de origem desconhecida, a doença persiste como umas das mais difíceis de serem diagnosticadas e tratadas.

Veja neste artigo mais informações sobre a disfonia espasmódica e suas formas de tratamento.

Disfonia Espasmódica

A Disfonia Espasmódica

A disfonia espasmódica é um tipo de distonia, ou seja, é uma perturbação composta de contrações musculares involuntárias que causam movimentos repetitivos ou de torção nas áreas afetadas. Os sintomas do distúrbio manifestam-se somente no momento da fala e podem aumentar ou reduzir, de acordo com o tipo de emissão. São eles: voz tensa-estrangulada; quebras de sonoridade instáveis; esforço fonatório excessivo; esforço para emitir a voz e cansaço vocal.

Estes sintomas podem variar desde uma dificuldade ocasional do paciente em pronunciar uma ou outra palavra, até uma dificuldade forte o suficiente para prejudicar sua comunicação.

Embora a fala de conversação seja afetada, respirar, tossir, rir, gritar, chorar, cantar e engolir são normais. Pacientes com disfonia espasmódica frequentemente apresentam um tremor vocal associado, resultante da co-contração de grupos musculares opostos. Em alguns pacientes, contudo, o tremor vocal pode ser sutil e passar despercebido no exame. Neste artigo, você pode saber mais informações sobre a disfonia.

Como é Realizado o Diagnóstico

A disfonia espasmódica é uma doença rara e difícil de ser diagnosticada, e por isso o intervalo de tempo entre a manifestação dos sintomas e o diagnóstico geralmente é muito longo: os portadores deste distúrbio vocal levam, em média, mais de 4 anos para serem assertivamente diagnosticados.

O diagnóstico da disfonia espasmódica baseia-se na descrição da progressão dos sintomas e em uma avaliação detalhada do paciente.

O principal recurso diagnóstico da disfonia espasmódica é o exame laringoscópico; entretanto, este não evidencia alterações estruturais que caracterizam a doença. Por isso, muitos pacientes são diagnosticados equivocadamente como portadores de distúrbios conversivos ou psiquiátricos.

Avaliação Clínica

A avaliação dos pacientes com disfonia espasmódica é realizada por uma equipe médica que inclui um otorrinolaringologista (médico especializado em distúrbios do ouvido, nariz e garganta), um fonoaudiólogo (especialista habilitado para diagnosticar e tratar distúrbios de fala, linguagem e voz) e um neurologista (médico especializado em distúrbios do sistema nervoso).

O otorrinolaringologista é responsável por avaliar o movimento das pregas vocais, através de um procedimento denominado nasolaringoscopia por fibra óptica, que consiste na introdução de um pequeno tubo luminoso para examinar o nariz e a garganta do paciente.

Opções de Tratamento

Atualmente, não existe cura para a disfonia espasmódica, mas existem tratamentos disponíveis eficazes na minimização dos sintomas do distúrbio. A terapia vocal pode reduzir alguns sintomas, sobretudo em casos mais leves.

Aconselhamentos psicológicos e ocupacionais podem beneficiar os pacientes de disfonia espasmódica, ajudando-os a encarar a condição de maneira positiva e se adaptar a ela.

Aplicação da Toxina Botulínica

O tratamento atual mais promissor na redução dos sintomas consiste em injeções de toxina botulínica guiadas por eletromiografia (EMG) direcionadas ao músculo afetado. É recomendado que sejam realizadas injeções de baixo volume para evitar a difusão para os músculos vizinhos, o que pode levar a efeitos colaterais desnecessários. A abordagem mais comum é através da membrana cricotireóidea e as injeções são geralmente bem toleradas.

O paciente geralmente retorna ao consultório em 2 semanas após a injeção inicial para ajuste da dose. Uma vez estabelecida uma dose eficaz, realizamos o acompanhamento a cada 12 semanas. São realizadas injeções repetidas, para manter a melhora da voz. Os efeitos colaterais do tratamento geralmente passam após alguns dias ou semanas. Estes podem incluir fraqueza temporária, voz sussurrada e dificuldades ocasionais de deglutição.

Como todas as distonias, esta também é um distúrbio dinâmico. Assim, a gravidade dos sintomas pode progredir ou melhorar com o tempo. Portanto, fazemos ajustes de dose a cada visita de acompanhamento com base nos sintomas de cada paciente.

Aqui no Núcleo de Otorrino, realizamos a aplicação de toxina botulínica para disfonia espasmódica. Se você apresenta este sintoma, marque uma consulta para avaliarmos a indicação desta abordagem terapêutica para o seu caso.

Referência: Stanford Otolaryngology (pdf)

Artigo Publicado em: 17 de janeiro de 2018 e Atualizado em: 09 de setembro de 2019

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *